Foto: Charles Guerra (Diário)
As cadelinhas Bella (à esq.) e Lulu ganham petiscos, mas com moderação, para não desenvolverem problemas de saúde
Eles vêm em formatos de osso, bife ou biscoito. Utilizados por treinadores para recompensar os bichinhos e ensinar comandos, os petiscos podem ser incluídos nas dietas dos pets, mediante cuidados especiais. Ao ver a satisfação que as cadelinhas Lulu e Bella tinham ao devorar os aperitivos oferecidos, a enfermeira Etiele Cielo Ritzel decidiu adotar o uso dos mesmos permanentemente. Entretanto, para agradar as amadas mascotes com responsabilidade, Etiele precisou ter cautela.
- Comecei a dar petiscos para elas quando elas já tinham 1 ano de idade. Hoje, uso para presenteá-las quando fazem as necessidades nos lugares certos. Quando saio de casa e sei que vou demorar para voltar, já deixo um ou dois agradinhos com elas. Elas gostam muito de bifinhos, mas só os dou, no máximo, uma vez por dia e em dias intercalados. Eles não podem substituir as refeições principais - relata a tutora.
Especialistas dão dicas de como evitar as pulgas e carrapatos do seu pet
De acordo com Priscila Becker Ferreira Burdulis, professora adjunta do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), comportamentos como o de Etiele não são comuns. Coordenadora do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Animais de Companhia (Nepac), da UFSM, ela menciona que, em trabalho de perfil realizado pelo Núcleo, com 164 moradores do Bairro Camobi, foi constatado que 43,5% dos mesmos desconheciam os benefícios de uma nutrição de qualidade aos pets e chegavam a oferecer restos de comida. A professora diz que esses métodos podem ser prejudiciais à saúde dos pets, muito por conta das substâncias presentes no alho e na cebola, não toleráveis a animais.
- Uma alimentação certa garante uma vida longa e saudável aos pets. É preciso cuidado - explica a professora.
Veterinários e tutores falam sobre como cuidar de pets epiléticos com qualidade de vida
Mas, afinal, quais são os riscos que uma alimentação não balanceada, com excedente de guloseimas, podem causar nos pets? Segundo o médico veterinário Rafael Levi Cado Bidinoto, além do excesso calórico ocasionar a obesidade animal, é preciso evitar de oferecer aperitivos que contenham corantes (tapam a parece estomacal e ocasionam vômitos e diarreias) ou que sejam muito gordurosos e tirem o apetite das mascotes. O profissional diz que, apesar dessas ressalvas, os petiscos podem ser incorporados na dieta dos pets. Eles só não podem compor integralmente a dieta.
- Eles fazem bem e ajudam, especialmente, filhotes. Nos cães adultos, ossinhos duros podem ser usados para limpar o tártaro. É preciso compreensão e nunca fornecer mais de uma vez por dia - alerta Rafael.
RECOMENDAÇÕES
Industriais ou naturais, petiscos para animais de estimação podem ser encontrados em pet shops e mercados. Normalmente, são usados por treinadores para educar cães ou até mesmo por tutores que desejam recompensar seus amados mascotes. Confira, abaixo, dicas de como incorporar os quitutes na dieta dos pets:
- Evite o excesso. Um petisco por dia, em dias intercalados, para um cachorro de porte pequeno, é o suficiente
- Diversifique. Se o pet comer somente aperitivos, ele não vai querer comer ração
- Selecione os petiscos que vai oferecer. Os gordurosos ou com corantes podem causar problemas ao pet
- Observe os rótulos. Um determinado petisco pode não ser indicado para o porte do pet
- Ofereça aos filhotes. Um ossinho pode estimular a dentição de um cão
- Cuidado com as alergias. Alguns animais podem apresentar irritação com determinados componentes do alimento
- Atente às calorias dos petiscos. São recomendados, no máximo, 10% das calorias que o pet consome, na forma de petiscos
- Opte, principalmente, pela ração. Petiscos não podem servir como fonte principal da alimentação do pet
- Evite o tártaro. Um ossinho pode ajudar na remoção de impurezas da dentição dos bichos adultos
- Não confunda os portes. Um petisco para pets de porte grande, quando dado a um pet de porte pequeno, pode danificar seus dentes ou provocar engasgo
- Em caso de dúvidas, procure profissionais da área veterinária ou zootécnica
Fontes: Rafael Levi Cado Bidinoto, médico veterinário, e Priscila Becker Ferreira Burdulis, professora adjunta do Departamento de Zootecnia da UFSM
(Colaborou Lorenzo Seixas)
